Operação contra garimpo ilegal na Terra Indígena Kayapó ultrapassa metas e causa prejuízo de R$ 97 milhões a garimpeiros, no Pará
31/07/2025
(Foto: Reprodução) Operação Terra Indígena Kayapó
Secom/PR
A primeira etapa da Operação de Desintrusão da Terra Indígena Kayapó (OD-TIKAY), foi encerrada com resultados considerados expressivos no combate ao garimpo ilegal, à proteção dos povos indígenas e à preservação ambiental. Segundo os órgãos responsáveis, as ações provocaram um prejuízo estimado em R$ 97,3 milhões às atividades criminosas.
A operação iniciou no dia 2 de maio, com o objetivo de combater o garimpo ilegal na TI Kayapó, localizada no sul do Pará. O território é considerado um dos mais afetados pela atividade garimpeira no país.
A medida atendeu à determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que exigia a retirada de invasores de terras indígenas para proteger os povos originários e conter o avanço do garimpo ilegal. Segundo o STF, a permanência de não indígenas representa grave ameaça à vida, à saúde e à integridade dos territórios.
Homologada em 1991, a Terra Indígena Kayapó possui uma área de 3,28 milhões de hectares e está localizada nos municípios de São Félix do Xingu, Ourilândia do Norte, Cumaru do Norte e Bannach. O território abriga 6.365 indígenas dos povos Mebengôkre, entre eles os grupos Gorotire, Kôkraimôrô e Kuben Kran Krên, além de indígenas isolados do Rio Fresco, distribuídos em 67 aldeias.
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Entre os materiais destruídos ou apreendidos, estão equipamentos usados para extração de ouro, combustível e o próprio minério. Desde o início das atividades, em maio deste ano, foram identificadas e inutilizadas 1.384 estruturas ligadas ao garimpo ilegal, mais que o dobro da meta inicial, que era de 650 alvos.
A ação foi realizada de forma integrada por mais de 20 órgãos federais, entre eles a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), e é considerada uma das maiores já realizadas pelo Estado brasileiro contra atividades ilegais na Amazônia.
A operação faz parte das estratégias do governo federal para reforçar a presença do Estado em áreas protegidas e coibir a exploração ilegal de recursos naturais em territórios indígenas.
“A operação reafirma o compromisso do Governo Federal com a proteção dos povos indígenas, o enfrentamento ao crime organizado e a defesa da Amazônia”, afirma o coordenador-geral da operação, Nilton Tubino. “E neste momento, após três meses de sua primeira fase, ela se consolida como uma das maiores ações integradas do Estado brasileiro contra o garimpo ilegal na Amazônia”, acrescenta.
Resultados da primeira etapa:
• Estruturas de garimpo e maquinários clandestinos inutilizados: 967 barracos, 117 acampamentos, 406 motores, 25 escavadeiras hidráulicas;
• 686 ações de campo: terrestres, aéreas e fluviais;
• Queda de 96% dos alertas de garimpo desde o início da operação;
• 95% de redução nos alertas de desmatamento;
• R$ 164,5 mil em multas aplicadas;
• 22,8 mil litros de óleo diesel inutilizados;
• 63 gramas de ouro apreendidas;
• 257 kg de cocaína e 238 kg de pasta-base apreendidos nas rodovias federais da região;
• 4 caminhões carregando 217 m³ de madeira ilegal apreendidos.
Além disso, os rios da região, como o Rio Fresco, já mostram sinais de recuperação ambiental, com melhoria na qualidade da água após a remoção de dragas.
De acordo com a Força Nacional e a Funai, eles continuarão atuando na região para evitar o retorno de invasores à Terra Indígena Kayapó. Paralelamente, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) irá apresentar às comunidades locais um plano de sustentabilidade para o território no período pós-desintrusão.
Esta é a oitava operação conduzida pelo governo, dentro do cronograma proposto para desintrusões, incluindo ações ainda em curso na Terra Indígena Yanomami.
Operação reúne orgãos federais para desativar pontos de garimpo ilegal na terra Kayapó