Menos da metade das escolas brasileiras estão conectadas à internet, aponta levantamento
25/09/2025
(Foto: Reprodução) Anuário Brasileiro da Educação registra nível em que se encontra conexão das escolas básicas com a internet
O Anuário Brasileiro da Educação registrou o nível em que se encontra a conexão das escolas públicas com a internet.
Uma escola do ensino fundamental, em Ceilândia, no Distrito Federal, tem 18 roteadores que atendem a todas as salas de aula. Se o sinal falhar, tem cabo para garantir o plano de aula do professor.
“A gente precisa agora de equipamentos novos, mais evoluídos. Já estamos na segunda etapa, tentando passar pra terceira que é ficar em dia com a tecnologia”, afirma o diretor do Centro de Ensino Fundamental 26 de Ceilândia.
Em uma escola no Centro de Teresina, a conexão com a internet é no improviso. O sinal do wi-fi não chega para todos. Quando muito, na sala dos professores.
“Essas crianças estão sendo criadas num ambiente que eles têm acesso a celular em casa, e a gente está preso só ao quadro, ao caderno, ao livro. E assim fica um trabalho mais monótono”, diz a professora Fernanda França.
Segundo o Anuário Brasileiro da Educação Básica:
menos da metade das escolas públicas estão conectadas com parâmetros adequados para uso pedagógico em sala de aula;
29% têm internet apenas para uso de gestores e professores;
4,6% não têm nenhuma conexão ou nem mesmo energia elétrica adequada;
e apenas 2% das escolas públicas têm velocidade adequada para gestores, professores e alunos em laboratórios de informática.
Esses números retratam as desigualdades na educação do país e estão longe das metas anunciadas pelo MEC - Ministério da Educação em janeiro de 2025, de ter todas as escolas públicas do Brasil conectadas até 2026, conectadas com banda larga, velocidade e equipamentos.
O Todos pela Educação, responsável pelo anuário, reconhece o avanço dos últimos anos, mas defende maior empenho nas políticas públicas para melhorar os indicadores de aprendizagem do país.
“O Brasil ainda tem um contexto em que as suas regiões, os seus estados e municípios mais pobres são aqueles que possuem a pior infraestrutura escolar e, no geral, possuem piores indicadores educacionais, o mínimo de aprendizagem desses estudantes. Então, precisa dobrar a aposta e entender que a educação é um vetor, é um fator fundamental para reverter e para superar essas desigualdades imensas que a gente tem no país”, afirma Gabriel Corrêa, diretor do Todos pela Educação.
O Ministério da Educação afirmou que continua avançando para que todas as escolas públicas alcancem níveis adequados de conectividade até o ano que vem. Que dados de setembro mostram que mais de 65% das unidades têm acesso à internet com qualidade para uso pedagógico. E que vai transferir R$ 305 milhões, este ano, para escolas investirem em conectividade.
Menos da metade das escolas brasileiras estão conectadas à internet, aponta levantamento
Reprodução/TV Globo
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