Mahmoud Abbas repudia ataque do Hamas contra civis israelenses e defende Estado palestino sem participação de grupos armados
25/09/2025
(Foto: Reprodução) Presidente da Autoridade Palestina discursa na Assembleia Geral da ONU
O presidente da Autoridade Palestina discursou nesta quinta-feira (25) na Assembleia Geral da ONU. Ele acusou Israel de crimes de guerra e contra a humanidade; repudiou o ataque de outubro de 2023 do Hamas contra civis israelenses; e defendeu um Estado palestino sem participação de grupos armados.
Mahmoud Abbas participou com uma mensagem gravada. Logo no início, ele condenou as ações militares de Israel na Faixa de Gaza.
“O povo palestino está enfrentando uma guerra de genocídio, destruição, fome e deslocamento imposta pelas forças israelenses que mataram e feriram mais de 220 mil palestinos. A maioria, desarmada. Crianças, mulheres e idosos”, afirmou Abbas.
E acrescentou:
“É um crime de guerra e um crime contra a humanidade”.
Abbas enviou um discurso gravado para a Assembleia Geral porque os Estados Unidos negaram o visto dele. O governo americano criticou a Autoridade Palestina por buscar o reconhecimento unilateral do Estado palestino e por recorrer a tribunais internacionais. Avaliou que essas medidas enfraqueceram as negociações de cessar-fogo e aumentaram a resistência do grupo terrorista Hamas em libertar os reféns. O Departamento de Estado cobrou ainda que a Autoridade Palestina repudiasse de forma consistente o terrorismo e o massacre de 7 de outubro.
No discurso desta quinta-feira (25), Abbas criticou os atentados terroristas do Hamas:
“Apesar de tudo o que nosso povo sofreu, repudiamos o que o Hamas fez contra os civis israelenses e o sequestro deles. Essas ações não representam o povo palestino nem a luta justa por liberdade e independência”, disse.
Ele voltou a afirmar que a Autoridade Palestina está pronta para assumir o governo de Gaza; que o Hamas não terá nenhum papel lá e que o futuro Estado palestino não terá facções e grupos armados.
Mahmoud Abbas repudia ataque do Hamas contra civis israelenses e defende Estado palestino sem participação de grupos armados
Jornal Nacional/ Reprodução
Essa semana, mais de dez países - como Reino Unido, França e Portugal - aproveitaram a Assembleia Geral da ONU para anunciar o reconhecimento do Estado palestino. Nesta quinta-feira (25), Abbas agradeceu e pediu que outras nações também sigam o mesmo caminho:
“Não se pode confundir a solidariedade com a causa palestina com o antissemitismo, algo que repudiamos com base em nossos valores e princípios”, disse o presidente.
No fim do discurso, ele afirmou que está pronto para trabalhar com o presidente americano, Donald Trump, e todos os parceiros para implementar um plano de paz.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, disse que Mahmoud Abbas perdeu facilmente o controle de Gaza para o Hamas em 2007; que ele não cumpriu o compromisso de lutar contra o terrorismo; e que Israel não será enganado de novo.
O primeiro-ministro israelense vai discursar na ONU nesta sexta-feira (26). Benjamin Netanyahu estava voando para Nova York durante a fala de Mahmoud Abbas. Antes de decolar, publicou um vídeo em que disse:
“Na ONU, vou condenar os líderes que, em vez de denunciar os assassinos, estupradores e queimadores de crianças, querem dar a eles um Estado no coração de Israel. Isso não vai acontecer”.
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