Em Minas Gerais, Justiça bloqueia bilhões de reais de suspeitos de ligação com o Comando Vermelho
25/09/2025
(Foto: Reprodução) Polícia Militar e Ministério Público prenderam 19 pessoas por integrar facção criminosa
Em Minas Gerais, foram presos 19 suspeitos de integrar uma facção ligada ao Comando Vermelho.
A Justiça mineira expediu 48 mandados de prisão e 84 de busca e apreensão em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Amazonas, e determinou bloqueios de bens que somam mais de R$ 18 bilhões. Entre os imóveis, está uma mansão em Alagoas.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, o núcleo da organização especializada no tráfico de drogas funcionava em Teófilo Otoni, no leste do estado. A polícia afirma que a facção “Família Teófilo Otoni” atuava como uma empresa do crime, ligada à facção Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, com núcleos de logística e finanças, e capacidade de promover ataques armados.
“Havia uma gestão fixa em Teófilo Otoni que dava satisfações inclusive ao comando no Rio de Janeiro para transporte desses armamentos e também buscava, inclusive utilizando fardamento da Polícia Militar e uniformes da Polícia Civil, os seus inimigos dentro dos aglomerados e cometia execuções diretas e ameaças também a agentes de segurança”, dia a major Layla Brunnela, porta-voz da PM.
A investigação começou há mais de um ano, com operações de combate ao tráfico de drogas em Teófilo Otoni. A polícia e o Ministério Público investigaram assassinatos ocorridos na cidade e descobriram uma grande estrutura criminosa, com ramificações em várias partes do país, como no Morro das Pedras, na periferia de Belo Horizonte.
De acordo com os investigadores, o núcleo de Teófilo Otoni comprava a droga de traficantes ligados ao Comando Vermelho, no Amazonas, e o pagamento era feito a empresas de fachada, dos setores de gás de cozinha, internet e, principalmente, de pescados — que pertenciam aos traficantes.
“Vai ser atingido o coração financeiro dessas organizações. Não vai ser trocando tiros com bandidos que nós vamos combater o crime organizado. Vai ser na inteligência, vai ser atacando aquilo que é mais precioso para eles. Porque, afinal de contas, o que uma organização quer? Ter lucro, ter recursos. E, a partir do momento que nós conseguirmos chegar a esses recursos, nós vamos efetivamente desarticular o crime organizado”, afirma Paulo de Tarso, procurador-geral de Justiça.
Em Minas Gerais, Justiça bloqueia bilhões de reais de suspeitos de ligação com o Comando Vermelho
Reprodução/TV Globo
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