'Arrastão' em prédio: prejuízo de vítimas em Ribeirão Preto pode passar dos R$ 4 milhões, diz delegado
25/09/2025
(Foto: Reprodução) Ladrões que fizeram arrastão em prédio de Ribeirão Preto se organizaram em núcleos
As vítimas do "arrastão" em um prédio de alto padrão em Ribeirão Preto (SP) tiveram um prejuízo que pode passar dos R$ 4 milhões com joias, celulares, dinheiro e outros objetos levados pela quadrilha, segundo o delegado André Baldochi.
"Nem todas as vítimas conseguiram se fazer presentes aqui para que nós pudéssemos ouvi-las, elas também ainda não computaram tudo, mas certamente uma cifra milionária, de três, quatro milhões ou até mais", disse, em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo.
Os objetos foram levados durante a manhã de quarta-feira (24) de seis apartamentos de um edifício de 14 andares no Centro, que foram invadidos por um grupo que conseguiu se infiltrar alugando um dos imóveis do condomínio duas semanas antes, usando disfarces e contando com diferentes núcleos para o planejamento e a execução do assalto. Eles fugiram em três carros.
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As investigações da Polícia Civil levaram à identificação de sete pessoas, seis delas presas até quinta-feira (25), incluindo quatro indivíduos em Itapecerica da Serra (SP), na Grande São Paulo, e dois em Ribeirão Preto.
Outros suspeitos devem ser apontados nos próximos dias com a obtenção de novas provas como as impressões digitais colhidas nos endereços suspeitos, segundo Baldochi.
"Estamos percorrendo todo o caminho do grupo, desde quando eles adentraram, na noite do dia 23, o condomínio. Estamos seguindo todos os passos anteriores, onde estiveram, por onde passaram, acompanhando os veículos utilizados, possíveis autores."
Criminosos fugindo após roubo a apartamentos em prédio de Ribeirão Preto
Reprodução/Câmera de segurança
Suspeita de Araçatuba está foragida
Das pessoas identificadas até quinta-feira, a única considerada foragida é Júlia Moretti de Paula, jovem de 21 anos de Araçatuba (SP), apontada pelos investigadores não só como participante do assalto no prédio, no chamado núcleo operacional, como a responsável por providenciar na imobiliária a locação do apartamento no nono andar do prédio.
Imagens de câmeras de segurança obtidas nas investigações em datas distintas registraram tanto que ela esteve na imobiliária quanto na garagem do prédio durante a fuga da quadrilha.
À esquerda, Júlia Moretti de Paula chegando a imobiliária; à direita, ela no prédio assaltado durante a fuga da quadrilha
Reprodução/Câmera de segurança
Uma das integrantes do chamado núcleo logístico da quadrilha, segundo o delegado, foi Júlia quem assinou o contrato ao apresentar à imobiliária um RG falsificado e com outro nome - de Carolina.
"Os contratos, hoje em dia, em imobiliárias, são assinados de forma digital. Não é uma assinatura rastreável, é uma assinatura até que você pode fazer qualquer rubrica (...). E foi dessa forma que foi feita a assinatura, como é feito na maioria das imobiliárias hoje."
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Baldochi explica que ela tentou fazer o pagamento caução de R$ 12,6 mil em dinheiro, mas teve a recusa da imobiliária, que orientou uma transferência bancária ou boleto.
Com isso, o pagamento do caução acabou feito por Fabiana de Paula Fernandes Miranda, também apontada como participante desse núcleo logístico. Outro nome que aparece relacionado a esse núcleo caso é de Pablo Rodrigues Cardoso. Os dois foram presos na quarta-feira em Ribeirão Preto.
"Júlia, além de fazer parte do núcleo logístico, estava presente na hora do crime e foi uma das pessoas que efetivamente cometeu o roubo", disse o delegado.
Prédio de alto padrão no Centro de Ribeirão Preto, SP, foi alvo de arrastão com pelo menos 10 ladrões
Reprodução/EPTV
O que dizem os suspeitos
Os advogados de Pablo Rodrigues Cardoso e de Fabiana de Paula Fernandes disseram que não vão se manifestar. A reportagem não conseguiu localizar as defesas dos demais investigados.
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